em
cima da mesa de vidro, bitucas e cinzas de cigarro. uma ou outra ponta perdida
há muito. na cozinha, a louça acumulada. as garrafas estavam jogadas em cantos
aleatórios da casa. o apartamento dela, sempre impecável, parecia uma
residência estudantil pós-festa. não era por preguiça, mas por um completo
desapego às rotinas mundanas. o único som que se ouvia era o do chiado da
vitrola rodando, o disco preferido havia acabado. vez ou outra, se ouvia um
choro contido. nada parecia real, o tempo não andava e o resto pouco importava.
ora, não entendia, sequer, why the sun
goes on shining, afinal, ele havia dito good
bye. não foi bem assim... na verdade, ele só não correu atrás dela. ela
jurou que ele correria. ele até quis, fez menção, mas suas pernas não
responderam ao comando do coração, seguiam leais ao cérebro. ainda estava molhada da chuva que caia no
verão desgastante. o fim era esperado para eles, mas surpreendente para quem os
via. eram felizes juntos, mas diferentes demais para seguir.
ainda
se amavam, sabiam.
mas
até o amor cansa. e ele precisava dormir.
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